26 junho 2011

Jogos Vorazes- Suzanne Collins

Li muitas resenhas sobre a trilogia Jogos Vorazes da escritora norte-americana Suzanne Collins, e 99,9% das opiniões diziam que esse livro é ótimo. Mesmo com tantas criticas positivas eu coloquei ele no fim da minha lista de leitura, e só fui ler agora depois que a febre Jogos Vorazes já se acalmou. O principal motivo de ter adiado a leitura foi porque ao ler a sinopse e ver do que se tratava a história imaginei logo muito drama e violência. E como me envolvo muito com o que leio precisava estar preparada emocionalmente para apreciar esse livro. Vou tentar resumir minha experiencia em ler Jogos Vorazes, o que não é uma missão fácil, existem livros que são difíceis de explicar, esse é um deles.



Em Jogos Vorazes o mundo como conhecemos já não existe mais, a America do Norte se tornou Panem, uma nação dividida em 12 distritos e comandada pela Capital. Cada distrito  tem sua utilidade para a nação em geral, e também devem seguir regras rígidas para manter a ordem e o domínio da Capital, traduzam isso como ditadura. A própria história da civilização nos ensina como governos ditatórias agem, dominando os fracos, calando a oposição e explorando os inocentes. É essa antiga forma de controle e poder  que Suzanne Collins recria de maneira inteligente e bem pensada no livro. Então, como se já não bastasse a miséria e o sofrimento que boa parte da nação passa, a Capital criou os Jogos Vorazes com objetivo de se impor ainda mais sobre os distritos.Todo ano dois jovens de cada distrito, com idade entre 12 a 18 anos, são  escolhido através de sorteio para competir entre si, eles são chamados de tributos. Os jovens são deixados em uma lugar isolado e sem regras, onde o ultimo que ficar vivo vence.

 E é isso que são os Jogos Vorazes, uma competição mortal entre jovens inocentes assistida por toda a nação como se fosse um reality Show. Essa é uma parte que realmente me indignou, como pode as pessoas aceitarem uma coisa como essa, ver todo ano 24 jovens saírem de seus distritos para morrer nos jogos, porque eles sabem que no final somente um deles vai voltar. O que é pior toda a nação assisti ao vivo, torce, faz apostas, como se fosse um jogo de futebol ao invés de pessoas inocentes morrendo por nada. Certo, as pessoas dos distritos tem medo da Capital, e no passado o distrito 13 tentou uma revolução que obviamente não deu certo já que o distrito nem existe mais. Mas, mesmo assim, é difícil de imaginar essa aceitação que o povo tem dos atos da Capital. Claro estamos falando de uma ficção, só que enquanto eu lia não podia parar de pensar e se tudo isso acontecesse com a gente, e se esse realmente fosse o futuro mesmo, nós fingiríamos que está tudo bem e todo ano assistiríamos nosso parente, amigo ou vizinho morrer sem fazer nada? 

Tudo bem, abandonando as divagações e voltando para a história.O Distrito 12 explora o carvão, é o mais pobre de todos os distritos, onde muitas pessoas passam fome e por sua qualidade de vida precária morrem antes de chegar a velhice. É desse distrito que vem a protagonista do livro, Katniss, ela tem dezesseis anos mora com a mãe e a irmãzinha. Dês de que o pai morreu, é ela que sustenta a família, com conhecimento sobre caça, e muita habilidade no arco e flecha não deixa faltar comida em casa. Quando chega o grande dia em que os Tributos serão escolhidos, contrariando todas as possibilidades Prim, a irmãzinha de doze anos de Katniss é escolhida. Para salvar a irmã ela se voluntaria para ir no lugar de Prim, e juntamente com Peeta que o outro tributo do distrito 12,  vai participar dos Jogos Vorazes.

Katniss é uma sobrevivente,  corajosa, determinada, e consegue manter o sangue frio em diversas situações difíceis. Só que os desafios dos Jogos vão muito alem do que se imagina. Tem lutas, fugas, e armadilhas, como deve ser com pessoas tentando o possível para ficaram vivas, nessa parte tenho que dizer achava que teria mais violência e brutalidade  já que o negocio nesse jogo é mate ou morra. E, claro tem toda a questão psicológica, sobre o certo e errado, e qual é o limite para cumprir o objetivo, porque no final de tudo são pessoas matando outras pessoas porque alguém determinou isso.

Já chega da história, tem muita coisa que eu quero contar, afinal o livro tem 400 paginas, mas vou acabar soltando alguns spoilers e não quero estragar a leitura de ninguém. Esse livro é diferente de todos os outros que tenho lido ultimante, não tem seres sobrenaturais, e também não segue aquela velha formula mocinha indefesa e confusa com mocinho forte e misterioso.Tem um romance só que não é prioridade. É diferente porque traz personagens simples envolvidas em um contexto social problemático. Nos faz torcer pela Katniss é claro, ficamos apreensivos com cada novo acontecimento, mas, em nenhum momento da narrativa esquecemos o motivo dela estar enfrentando essas situações, nem toda a ação dentro da arena obscurece a verdade de que o real problema são os erros da sociedade.

Desculpem se a resenha ficou muito grande, mas eu gostei tanto desse livro, da história, dos personagens, da escrita da autora. Gostei de tudo, é um dos melhores livros que já li. Até já estou com a continuação, Em Chamas, para ler, e com grande expectativas, assim como Jogos Vorazes o segundo livro tem ótimas criticas. Enfim, se você, assim como eu colocou esse livro lá no fim da lista de leitura ou não deu atenção achando que era mais uma modinha literária e ainda não leu, eu recomendo que reconsidere e leia vale muito a pena.    

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